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O medo e a mentira
Flávio Aguiar
"Os arautos da candidatura tucana na imprensa não ficaram repetindo o bordão da mentira, porque ele traz o ônus da prova. Mas passaram a bater no refrão do “medo”, do “terrorismo” que petistas viriam fazendo, acusando o candidato tucano antecipadamente de pretender privatizar tudo o que resta de privatizável: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Petrobrás, etc.
Movido pela pressão, e na esperança de ganhar o apoio do PDT, o candidato tucano enviou carta onde, entre outros compromissos, trata do tema. As manchetes logo alardearam que a carta firmava compromisso em não privatizar aquelas empresas estatais. Entretanto a leitura da carta no site do PDT mostra que a expressão de fato usada foi a de comprometer-se a manter “o controle do Estado” sobre as empresas.
O modelo de privatização que ficou mais gravado do primeiro plano da memória popular foi o do leilão, como ocorreu no caso da CSN e da Vale do Rio Doce. Mas há outras maneiras de privatizar, como a de repartir uma empresa e vender partes dela; ou ainda vender ações, como era o plano em relação a Nossa Caixa (a Caixa estadual de S. Paulo) para tapar o rombo de 1,2 bilhão nas contas do governo estadual – rombo deixado pelo candidato tucano a seu sucessor. Medidas como esta passaram a se chamar de “robustecimento” da empresa, de “capitalização”, e outras expressões que “tucanam” a privatização.
O PT, é claro, tenta capitalizar o sentimento difuso que associa “gestão tucana” e “privatização”. Mas o que acusa o candidato tucano é sobretudo seu passado, em São Paulo, e o passado de seu partido nos oito anos em que ocupou, junto com o PFL, o Palácio do Planalto. Durante esse tempo tentou-se sim privatizar a Petrobrás. Chegou-se a mudar seu nome, numa atitude que não resistiu ao desagrado que provocou: de Petrobrás ela devia passar a se chamar Petrobrax."
A mídia e os novos cães de guarda
Marco Aurélio Weissheimer
Neste fim de semana, Veja fez uma nova denúncia. A Carta Capital também. Maioria da mídia escolheu repercutir a primeira. Comportamento da mídia brasileira no processo eleitoral atualiza reflexão de Serge Halimi, autor do livro “Os novos cães de guarda”. Segundo ele, a “censura é mais eficaz quando não tem necessidade de se manifestar, quando os interesses do patrão, miraculosamente, coincidem com os da “informação”.
"Ele descreve assim a lógica desse novo modelo: “A censura é mais eficaz quando não tem necessidade de se manifestar, quando os interesses do patrão, miraculosamente, coincidem com os da “informação”. Nesse caso, o jornalista fica prodigiosamente livre. E sente-se feliz. Como bonificação, concedem-lhe o direito de acreditar que é poderoso. Eufóricos com a brecha de um muro de Berlim que se abre para a liberdade e o mercado, soldadinhos deslumbrados pela armada americana que, por helicóptero, transporta para o Golfo Pérsico a guerra ‘cirúrgica’ e os cruzados do Ocidente, grandes advogados da Europa monetária no momento do referendo sobre Maastricht: repórteres e comentaristas recebem carta branca para expressar seu entusiasmo e poder”. Neste mundo, prossegue Halimi, “o jornalista deixou de ter qualquer autonomia” e só lhe resta “a possibilidade de exibir diante de seus confrades um ‘furo’ que provaria seus restos de poder”."
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