9.11.06

Sanguessuga, eu?!?!

Do blog do Josias (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/):

O ex-ministro tucano da Saúde Barjas Negri declarou na CPI das Sanguessugas que não teve nenhum tipo de relacionamento com Luiz Antonio Vedoin, o chefão da máfia das ambulâncias. Deve-se à repórter Marta Salomon (assinantes da Folha) a revelação de que a coisa não é bem assim. Leia abaixo:

“A assinatura do então ministro da Saúde Barjas Negri (PSDB) aparece ao lado da assinatura do dono da Planam Darci Vedoin, apontado como chefe da máfia dos sanguessugas, em pelo menos sete convênios para a compra de ambulâncias com dinheiro da União. Vedoin aparece como procurador das prefeituras junto ao ministério.

Cópias dos convênios foram encaminhadas ontem ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, pelo ministro Jorge Hage (Controle e Transparência). "É um fato inédito em milhares de convênios que a Controladoria Geral da União auditou", disse Hage sobre o fato de o empresário que fornece bens aparecer como procurador das prefeituras.

Em depoimento ontem à CPI dos Sanguessugas, Barjas disse que assinou os documentos antes do responsável pelas prefeituras. A informação foi contestada por Hage. "Não há nenhum cabimento. Seria uma irresponsabilidade o ministro [da Saúde] assinar antes [do representante da prefeitura]. Ele normalmente assina depois".

Barjas disse ainda à CPI não se lembrar se assinou convênio cujo procurador fosse o empresário Darci Vedoin: "Assinava de 3 a 4 mil convênios por ano, não ficava olhando quem era o procurador. Se foi assinado, não tenho nada a ver com isso". Segundo Barjas, era comum as prefeituras passarem procurações a assessores parlamentares e que muitas vezes "assinava em primeiro lugar".

Os convênios submetidos pela CGU à análise do Ministério Público foram todos assinados na mesma data, 20 de dezembro de 2002, a onze dias do fim do mandato do então presidente Fernando Henrique Cardoso. O dinheiro referente à parcela da União no negócio -R$ 705 mil - só começou a ser liberado após a posse de Lula.

Os sete convênios foram vencidos por uma das empresas do grupo Planam, a Klass Comércio Representações Ltda., responsável pela entrega dos veículos às prefeituras, todas de Mato Grosso. Por meio de procurações, os prefeitos de Barra dos Bugres, Água Boa, Nortelândia, Nobres, Campos de Júlio, Tapurah e Cláudia dão amplos poderes a Vedoin para representá-los junto à União.

Os documentos assinados por Barjas e Vedoin foram localizados durante auditoria nas prestações de contas de convênios assinados pelo Ministério da Saúde entre 2000 e 2005 para a compra de unidades móveis. Nesse período, empresas do grupo Planam forneceram cerca de 30% das ambulâncias pagas com dinheiro da União”.

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