Do Blog do Paulo Henrique Amorim - Conversa Afiada
"A coordenadora do Observatório do Mercado de Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Paula Montagner, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta terça-feira, dia 12, que é errado dizer que a classe média paga a conta do crescimento da classe baixa (clique aqui para ouvir).
Segundo ela, o aumento dos salários mais baixos (até três salários mínimos) não provoca uma perda no rendimento da classe média.
“Eu não acredito que a gente tenha uma leitura tão simplificada. Não é o aumento das classes que ganham até três salários mínimos que provoca essa situação. Tem a ver com o tamanho do crescimento econômico”, disse Paula Montagner.
A economista não concorda que haja perda de poder aquisitivo na classe média. Paula Montagner disse que a média salarial de quem ganhava entre R$ 6,1 mil e R$ 10 mil em 2000 era de R$ 7.726,00 e, em 2005, essa média passou para R$ 7.870,00. Já a média salarial de quem ganhava entre R$ 3 mil e R$ 6,1 mil em 2000 era de R$ 4.207,00. Em 2005, essa média passou para R$ 4,3 mil.
A economista disse que os dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) não mostram que o número de ocupados com renda acima de três salários mínimos caiu. “Nos dados da RAIS a gente tem um crescimento para todas as faixas acima de três salários mínimos”, disse Paula Montagner.
Paula Montagner não aceita a tese da consultoria MB Associados e do jornal Folha de S. Paulo de que nessa faixa acima de três salários mínimos houve uma queda de renda real de 46,3% para a faixa acima de três salários mínimos entre 2001 e 2006 (clique aqui).
“Os nossos dados por faixa salarial não mostram isso”, disse Paula. Segundo ela, todos os segmentos intermediários de renda têm variação positiva. Ou seja, não houve perda e sim ganho salarial.
Paula disse também que 75% dos trabalhadores com vínculo formal são isentos do Imposto de Renda.
Segundo ela há um maior Imposto de Renda, principalmente para as faixas com mais altas rendas. Por isso que o Ministério do Trabalho defende um reajuste da tabela do Imposto de Renda, para que haja uma equidade entre a parte mais alta da contribuição aconteça para os salários de mais alto nível."
A entrevista está no link: http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/405001-405500/405283/405283_1.html
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