Ficção de quatro termos
O escritor mexicano Carlos Fuentes escreveu certa vez, indo na contracorrente de vários de seus contemporâneos que lutavam com a escritura, que "a angústia é uma mentira psicológica" e que "escrever é um prazer".
Um prazer...
Como um beijo
- romântico ou lascivo?
Como sexo
- para mim ou para ele?
Como suor
- repousando quente, ainda lava, ou escorregando frio sobre a pele temerosa?
Como uma fuga
- definitiva ou sintomática?
Fiquemos entre as duas possibilidades?
Outra vez.
Um prazer...
Como um beijo.
- boca-cavidade inteira ou velhos amantes (a pele morta, anestesiada dos sem sentidos)
Como sexo.
- para quem nos vê (podendo aqui ser você ou eu) ou para quem eu trago na fantasia (e também você) ou fácil, aquilo que displicentemente carregamos abaixo da cintura.
Como o suor.
- que nos une como cola, preenchendo os espaços entre estes corpos pesados, ou como inconveniência, deixando rastros, denunciando desassossegos.
Como uma fuga.
- que lembra mais uma ponte (unindo duas impossibilidades) ou um brinquedo de adolescente (vem-e-vai) ou excessiva como a bala quando faz ‘bum’ entrando pelo ouvido errado.
3 comentários:
DF
UnB
Psicologia
34?
Aquário
Vou construindo o mosaico. Tem mais peças?
as que interessam já estão aí, as outras são apenas acessórios...
mas boa sorte, de qualquer forma!
abraço,
a.
Lindo texto! Onde posso encontrá-lo completo?
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