22.1.09

(... e habitar este mundo em que, tantas vezes, a palavra tem muito mais densidade que a carne...)

11 comentários:

Mister Casaubon disse...

Cara Miss J., se a palavra tem muito mais densidade que a carne, que se marque em sua carne todas as palavras proferidas neste dia pra te homenagear. Hoje o mundo gira em seu redor. Tire proveito disso. Feliz aniversário!!!

Ana Janaina disse...

hei, Mister C., você é adivinho? Ou possui uma identidade secreta?

Assuma seu nome e mereça a herança de seus pais.

Eduardo Chaves disse...

Ah, a carne. Essa carne de tantos significados e vicissitudes. Digamos que o assunto de outro dia não poderia ser mais literal, né? Ou poderia? Quanto à densidade, bem, são outros quinhentos.

Mister Casaubon disse...

"O amor comeu meu nome,
minha identidade, meu retrato.
O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor
veio e comeu todos os papéis
onde eu escrevera meu nome".
João Cabral de Melo Neto
(um dos seus poetas preferidos, não?)

Mister Casaubon disse...

Ou, para colocar uma pulga bem atrás da sua orelha, lembra de um comentário seu do dia 16 de novembro de 2008? Eu lembro, começava assim: "Ao completar vinte e sete anos, antecipei uma pequena e histérica crise dos trinta. Foi como me tornar subitamente consciente da minha idade ou de que tenho uma idade que, antes, existia apenas no papel – a certidão, a carteira, o 30 de janeiro."

Ana Janaina disse...

uma pulga amorosa e sem nome...?

Mister Casaubon disse...

Se você não sabe o nome da pulga, é porque a pulga não é nada mais do que uma...pulga. Não precisa sequer ter um nome. Uma pulga aparece esporadicamente, causa certo desconforto, mas depois some em pleno ar. Então...deixa a pulga pra lá. A não ser que este blog tenha proteção repelente contra pulgas. Se tiver, as pulgas são facilmente elimináveis. Basta uma palavra para espantá-las em direção a outros blogs da redondeza (só não o do Noblat, que está infestado de pulgas-tucanas, extremamente agressivas e com instinto de predadoras).

Ana Janaina disse...

hum... quer dizer que a pulga não merece sequer um nome? e, mesmo sem nome, ameaça um abandono?

apelo eu também para outro, que diga melhor do que eu:

" 119 PULGA
pinta no nariz -
era uma pulga que
fugiu por um triz"

Carlos Seabra - Haicais e que tais
(http://haicaisequetais.blogspot.com/2006/09/119-pulga.html)

Mister Casaubon disse...

Se você insiste em um nome, pode me chamar de Mr. Pulga, já que o Casaubon é uma referência ao Eco e seu pêndulo que você conhece bem. Eu sou uma pulga inexpressiva, uma pulga-fã das suas palavras, mas daquela categoria de fã que não pretende incomodar demais o ídolo, que prefere se deliciar sozinho e no anonimato com os brilhantes petardos literários que brotam da sua veia artística. Até que o choque e o espanto são tão grandes que a pulga-fã decide beliscar um pouquinho o pescoço do ídolo. Mas nada que represente uma ameaça de infectar o artista, apenas uma forma de chamar a atenção para o fato de que existem muitas pulgas pulando por aí de alegria com os textos maravilhosamente bem escritos. Mas se você tiver alergia a pulgas, eu ficarei saltitando apenas do lado de fora do blog.

Ana Janaina disse...

mister C., mister C., que bom que lembrou do pêndulo, eu sabia que lhe conhecia de algum lugar, apenas não tinha ligado a palavra ao livro...

mas não se vá, fique por aqui...

estou até pensando em transformar este blog num grande mercado de pulgas, pulgões e pulsões.

um beijo,

j.

Mister Casaubon disse...

Cara Miss J. Por mais que eu queira, não consigo deixar de perambular pelas redondezas de suas palavras. Eu comungo das suas idéias, eu acredito nos seus valores, eu partilho as suas opiniões, me abro para suas sugestões, ouço suas músicas, leio as letras da Nina Simone que você traduz, analiso suas indicações literárias. O seu blog discute conteúdo, aponta caminhos sem moralismos situacionistas. Aqui não se vive em torno do trinômio sexo-sangue-política. Aqui é reinventada a própria maneira de se interagir virtualmente. Você não quer doutrinar ninguém, nem conquistar leitores (como você mesma disse, “eu sou uma péssima anfitriã”), nem agradar a um público específico. O que está exposto aqui é o pensamento, é o conceito, é a experiência, não a personagem. Não, eu não me vou, eu escolho ficar por aqui, pertinho das suas palavras e das suas idéias e sugestões. Sou quase um penetra em uma festinha particular sua, e enquanto você não me descobrir escondido no canto comendo os brigadeiros, eu vou ficar por aqui, observando você brilhar pela pista de dança.