6.8.06

Oco da língua

“Quando a linguagem chega a se erigir senhora absoluta, a ignorar do que ela se constitui herdeira – de uma sucessão de mortes e assassinatos –, quando desconhece que sua aparente luz não passa de uma sombra alcançada, então, o ‘oco’ vem lembrá-la disso. Se ela esquece a perda que ela própria contém, é preciso perdê-la, abandoná-la à sua arrogância. Quando voltarmos a encontrá-la, ela não se ouvira falando sozinha, se lembrará de sua ausência, graças a nossa; talvez nós tenhamos, por nossa vez, lhe feito falta.”

Amor dos Começos
J.-B. Pontalis

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