23.6.06

Amoródio às palavras...

Fobia da prisão de uma única linguagem... Falar na linguagem de um grupo, eu aceito. Mas a psicanálise me arrasa quando entra, sem ser convidada, em qualquer lugar, afirmando-se como interpretação de todas as interpretações possíveis. Reivindico para cada um não o refúgio do ininterpretável, mas um território, de fronteiras sememoventes, do ininterpretado. De que adiantou ter nos convidado a soltar a língua, para sujeitá-la a uma outra que não é animada por mais nada a não ser pelo desejo, tão forte, de ditar sua fala: você não está dizendo o que pensa que está, você é o que eu digo.

J.-B. Pontalis, O Amor dos Começos

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