7.8.07

"A CNT (Confederação Nacional do Trabalho) constitui-se na Espanha em 1 de novembro de 1910 por resolução do Congresso Operário reunido no Salão de Belas Artes de Barcelona, que expressou sua vocação de federar o proletariado espanhol em uma única organização definitiva por uma posição claramente anarco-sindicalista.

Para os anarco-sindicalistas, são os próprios operários que, mediante a ação direta e prática da solidariedade, têm de emancipar-se da exploração capitalista e da opressão do Estado. Propõem a reorganização da sociedade sobre as bases do Comunismo Libertário, quer dizer, a livre federação dos indivíduos que realizaram a coletivização da produção, apoiando-se nesse ideal proclamado por Ricardo Mella: 'A liberdade como base, a igualdade como meio, a fraternidade como fim'.

A CNT é alvo de constante repressão. Declarada ilegal em 1911, passa à clandestinidade até 1914. Mas sua influência vai crescendo apesar do assassinato de seu secretário-geral Evelio Boal, de Salvador Segui (Noi del Sucre), e também de centenas de militantes anônimos. A instauração da ditadura de Primo de Rivera em 1923 obriga novamente a CNT a passar à clandestinidade até 1931.

[A república é proclamada em 1931, sem que isso resolva a situação dos trabalhadores.]

Antecipando-se às eleições de 1936, os partidos de esquerda unem-se numa Frente Popular. Para o Movimento Libertário, o único objetivo é a libertação dos 30.000 presos políticos vítimas das insurreições precedentes: quase todos são anarco-sindicalistas.

Assim, pela primeira vez, a CNT não lança sua palavra de ordem 'Não votar' e alguns de seus militantes, pela primeira e última vez em suas vidas, vão votar.

Ganha a esquerda.

O povo de Barcelona aguarda diante do cárcere Modelo a saída dos presos, já que a Frente Popular prometeu a libertação dos mesmos.

Os presos saem, mas continua a luta, sem ilusões quanto às manobras dos políticos.

Em maio de 1936, a CNT reúne-se em Congresso Nacional em Zaragoza. Dele participam 649 delegados representando 982 sindicatos. Elabora-se o conceito confederado de Comunismo Libertário.

Diante do aumento da combatividade operária, a reação essencialmente militar e falangista inicia a preparação de um golpe de Estado, verdadeira contra-revolução preventiva.

José Antonio Primo de Rivera, chefe da Falange, os generais Mola, Franco e Goded preparam-se para varrer uma república culpada, segundo eles, por não controlar o movimento revolucionário.

Nas Cortes, o monarquista Calvo Sotelo proclama: "Se o facismo é a ordem, sou facista".

A CNT não vacila: ou facismo, ou revolução."

CNT, A Guerra Civil Espanhola nos documentos libertários

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